Vindima 2020

setembro 2020

2020 foi mais um ano cheio de desafios para além dos provocados pela pandemia, dificuldades na floração, alguma pressão de doenças e calores extremos, que resultaram numa produção baixíssima, recompensado com vinhos de ótima cor e aromas e boa concentração.

Os níveis de precipitação no Inverno e início da Primavera deram-nos algum conforto e expetativa de que não seria um ano de sofrimento para as videiras durante o período de Verão. No entanto e apesar de a precipitação ser normal, as temperaturas foram substancialmente mais elevadas ao longo do ano, especialmente em Julho, tendo-se registado ondas de calor nos outros meses de Verão. 2020 foi certamente um dos anos mais quentes desde que há registos.

Com estas condições, nomeadamente de temperatura, o ciclo começou e terminou adiantado em relação ao habitual. As condições meteorológicas de temperatura e precipitação, originaram uma pressão das doenças, míldio e mais tarde oídio, que nos obrigou a uma especial atenção, nomeadamente devido ao facto de trabalharmos em modo biológico.

A pouca chuva de Agosto não alterou significativamente o cenário e as vindimas foram precoces, especialmente para as castas tintas, tendo sido realizadas entre os dias 9 e 14 de Setembro.

Relativamente ao Branco, obtivemos muito boa acidez e boa concentração aromática. Foi necessária alguma escolha, nomeadamente na Códega do Larinho. A quebra de produção foi perto de 30%.

Relativamente ao Tinto, o destaque vai para a Touriga Nacional que apesar de muito baixa produção, estava excelente. A Touriga Franca e ao contrário do habitual, não resistiu bem e de forma muito abrupta sofreu forte desidratação, obrigando a uma seleção cuidada. O Sousão esteve ao nível habitual. A quebra de produção foi de cerca de 50%.

Certamente o ano Covid vai ser recordado também na vinha como um ano difícil, mas vai haver vinhos para recordar!