|
Vindima 2017
setembro 2017
2017 foi um ano extremamente quente e extremamente seco. No geral do país, de Abril a Setembro a temperatura média foi a segunda mais alta desde 1931, apenas inferior a 2005 e o valor médio da temperatura máxima foi o mais alto desde 1931. A precipitação foi a segunda mais baixa desde 1931, superior apenas à precipitação de 2005.
As nossas vindimas foram as mais precoces desde que há memória. Comparativamente a 2016, a vindima do Chronicle Branco foi a 25 de Agosto, 1 mês mais cedo e a do Tinto foi a 8 de Setembro, 3 semanas mais cedo. O Inverno foi seco e sem chuva. O início da Primavera veio confirmar um Inverno bastante mais seco do que é habitual e estas condições mantiveram-se nos meses seguintes. As temperaturas médias mantiveram-se elevadas, tendo-se registadas algumas ondas de calor em Abril, Maio e Junho. O Verão continuou com temperaturas muito altas e com vários dias seguidos de muito calor, com temperaturas a rondar os 40º em Vila Nova de Foz Côa. Felizmente as chuvas fortes acompanhadas de granizo que ocorreram em Julho no Baixo e Cima Corgo não nos afetaram como em 2016, mas houve outros Viticultores que não tiveram a mesma sorte e sofreram sérias perdas. Estas condições meteorológicas provocaram um avanço no ciclo vegetativo, o abrolhamento foi mais precoce, bem como a floração, a formação de cachos e posteriormente o pintor e a maturação. A continuação do tempo quente durante o período da maturação provocou um avanço no ciclo vegetativo da vinha e um rápido amadurecimento das uvas, que variou conforme a localização da mesma. As condições climatéricas foram favoráveis ao não aparecimento de doenças e as uvas apresentaram-se em ótimas condições, excetuando a maior percentagem de bagos desidratados e mesmo em passa, que se verificaram nos cachos mais expostos ao sol, maioritariamente no bardo do talude. O evoluir da maturação fez-nos realizar o primeiro controlo de maturação a 9 de Agosto, que nos indicou um avanço de cerca de 3 semanas. A evolução da maturação do Branco na nossa vinha da Carvalha foi exponencial, na Códega do Larinho mas também no Rabigato, o que nos levou a realizar a vindima a 25 de Agosto. As uvas encontravam-se em ótimas condições, com muito boa acidez característica dos 600 metros de altitude e o teor alcoólico médio/elevado. Verificamos uma evolução da maturação mais lenta nas vinhas de Tinto na Quinta da Cornalheira (350-400 metros de altitude). O aguaceiro de 29 de Agosto provocou alguma diluição nos bagos, o que nos levou a adiar a vindima que se realizou nos dias 8 e 9 de Setembro. As uvas encontravam-se em ótimas condições, tendo sido realizada alguma escolha na vinha para excluir os cachos com passa. Sendo uma casta precoce, o Sousão foi o que mais sofreu e aonde foi necessária a maior escolha. A Touriga Nacional estava muito bem e a Touriga Franca excelente. O mosto confirmou as expetativas, excelente aroma e cor, boa estrutura e teor alcoólico médio. |
|
|